Recorrida...

sábado, 25 de junho de 2011

Deixo no más este poema que foi recitado por Larralde e também por Marco Aurélio Campos!
 
Segue as duas versões:
 
Pa' Usted
José Larralde
Pa usted, señor,
pa usted que sabe tanto,
pa usted que cuando
llega a una fiesta,
de esas fiestas
gloriosas de mi tierra,
o simplemente
una doma que le llaman,
que de doma
no tiene nada,
porque el que sabe
le llama jineteada.


Pa usted, pa usted
y pa muchos que
pa probar a un criollo,
quieren hacerlo
al volcao de una pialada,
o al vellaquear
de un mancarrón mañero
acostumbrado a que
el hombre clave guampas.


A usted quiero
clararle la mirada.
Le voy a decir nomás
de cosas que conozco,
de lo que me han contado,
no diré nada.


Pa que vea que no
me voy del zurco
pa esquivar el cueverío
y la vizcachada.


Y le voy a contar
de tiempos de ahora,
no de aquellos tiempos
que habrá pasado mi tata.


Allá en mi pago,
está el que se le sienta la potrada,
y está el que piala,
y el que arrea,
y el que marca,
y el que en un tu
se deja el apellido,
y el que con tientos
teje una esperanza.


Gente que el tiempo
no logrará borrarla,
porque son hombres
puntales de mi patria.


Pero en mi pago,
en mi pago también
está el que alambra,
y sin saber
tal vez montar un flete
monta la pala mocha,
la barreta, hace maneas,
california y sangra.
Ese, también es criollo, compañero.


También está el varón
que haciendo hilacha
va pechando
una tropa leñatera.


Novillada de piquillin caldenes
con un pingo al que le llaman
hacha!, ese,
también es criollo compañero.


Y hay otros que aguantan vellaqueadas,
y en el tuse de una melga bien cortada,
dejan marcas con letras de semilla,
en las noches de fría tracteorada,
esos, esos también son criollos, compañero.


Y está el que corta el yuyo,
y el que ordeña, y el que esquila,
y el que cura, y el que baña.


El que a fragua y vigor
ni anutria el nervio,
el que ama,
el que aprende, el que enseña.


Por oficio, por oficio
hay miles pa nombrarle,
y van todos trenzados
con el criollismo.


No pretenda buscarle diferencias,
unifique, es ley de patriotismo.


Es por eso
que quiero que comprenda,
ciertas cosas
a veces duelen fiero,
yo no pialo,
pero he clavado la reja,
y soy criollo lo mesmo
que el que muenta.


Y sepa señor,
que no digo lo que digo
porque soy maestro
o porque me sobra ciencia.


Lo mesmo es criollo
el que puntea la tierra,
que el que hace
un libro con criolla conciencia.


Orgullo limpio de ser argentino,
orgullo macho de honor y decencia.


Por eso señor,
pa saber le falta saber
lo que es prudencia,
y pa aprender señor,
le sobra... si tiene vergüenza.


PARA QUE TU SAIBAS
Marco Aurélio Campos

Para ti meu patrício
Simplesmente para ti,
que sabe, ou pensa saber tudo.
Para ti! Especialmente...
que gosta de ir a uma festa campeira.
Que é uma festa gaúcha,
das mais gloriosas festas do meu Pago,
tipicamente crioula,
ou simplesmente uma doma,
como tu a chamas,
e que de doma parceiro,
não tem nada, porque para quem sabe,
o nome é gineteada.

Pois bem...

Para ti. Para ti e para tantos outros,
que para testar um gaúcho, como prova
querem fazê-lo sempre usando um laço,
para que piale, retorcendo a eguada,
ou no corcovear baldoso, do aporreado,
que foi acostumado a plantar quem gineteia.

Para ti meu patrício,

Para que de uma vez por todas,
aprendas, ao ficar sabendo,
depois que eu rasquetear tua ignorância,
esclarecendo-a carinhosamente,
para falar-te apenas de coisas que conheço,
sem repetir jamais o que aprendi,
pelo que ouvi dizer,
para que sintas patrício irmão,
que não destrilho
para não sofrer depois, com comentários.

Vou te falar a respeito, apenas do meu tempo,

e nunca do tempo que ele, que dobrou meu velho.
Patrício amigo!
Entre outros, existe lá pelo meu Pago,
o domador de potros, o que laça,
o que piala, o que monta e as vezes gineteia.

O diarista, o mensal, o que tropeia,

o que semeia e colhe, compra e vende,
o que cura, o que marca, o que banha
O que num toso de mestre, grava o nome.
E o que com tentos de ñandutí tece esperança.

Gente terrunha,

que o próprio tempo jamais apagará,
porque são homens, esteios do meu Pago.

E há homens por lá,

que não chimarroneiam
ou comem carne como a maioria,
porque lhes faz mui mal,
tal qual a ti.

Existe o alambrador,

que sem saber, talvez montar num flete,
domou a pá, a alavanca, o espichador,
faz mil maneias, cerca califórnias e sangra.
"Esse também é gaúcho e crioulo companheiro!"

Moreja lá, o monteador,

que se faz lenheira, e que reponta na tropa lenhadeira,
novilhada de coronilhas, angicos e paus-ferro,
montando um pingo cortador,
com cabo, que é conhecido mais como machado,
"Esse também é gaúcho e crioulo companheiro!"

Outros existem! que agüentam mil corcovos,

e que no toso de uma velga bem tirada,
deixam suas marcas com letras de sementes
por essas noites frias, fratoreadas.
"Esses também são gaúchos e crioulos companheiro!"

Há o que junta jujos,

o que ordenha, o caseiro!
o que esquila, o aguateiro, o que insemina.
Há o ferreiro, que a marreta e bigorna,
ferra e cuida os fletes,
Há os que amam, os que apreendem e os que ensinam.
"Esses também são gaúchos e crioulos companheiro!"

Por ofício ou profissão,

posso te citar milhares,
mas virão sempre trançados com o crioulismo.
Desiste de procurar a diferença!
Unifica! É lei de patriotismo!
Por isso! Por isso te peço que compreendas,
porque certos julgamentos que tu fazes, nos doem tanto...

Eu não pialo!

Nunca pialei,
Mas lavrei, bati enxada e ondenhei mil vezes.
"Eu sou tão gaúcho ou mais, do que o que monta."

Quero que saibas patrício,

que não digo o que digo,
por ser professor
ou me julgar melhor,
mas por ter vivido um pouco,
e ter sofrido muito,
calejando a alma em troca de experiência.

Ente de finalmente,

que é tão gaúcho,
o homem que trabalha na terra
desta terra ou deste Pago,
quanto o que laça, piala, gineteia
ou que escreve um livro com crioula consciência.

Orgulho gaúcho de sul-americano.

Orgulho mais lindo por ser brasileiro.
Orgulho macho de honra e decência.

Por isso companheiro, entende

que para saber,
te falta o que é prudência.
E para aprender, te sobra...
Se tiveres vergonha.

Nenhum comentário:

Postar um comentário