Recorrida...

sexta-feira, 11 de novembro de 2011

Manifesto Criolo!!!!!!

MANIFESTO CRIOLO

Cantando estas verdades
Que brotam da minha garganta
Até mesmo se espanta
Estes que têm a culpa
Sua incoerência sepulta
Ao negar o chão fronteiro
Entregando por dinheiro
A cultura que Eu me Agarro
Estão como o João de Barro
Chocando o Ovo Alheio!

Então Eu me manifesto
Na minha xucra linguagem
Deste jeito sobra coragem
Pra defender minha cultura
É com raça e com bravura
Legado herdado por mim
E o meu cantar sai assim:
Num versejar protestante
Aos que pisam o semelhante
Fazendo de trampolim!!!!

Não me sujeito às amarras
Desta gente infiel
Continuo o meu papel
Sempre firme na batalha
Meu verso nunca falha
Pois sustento a identidade
Ao cantar com propriedade
Hablando com sentimento
E mostrando meu lamento
Com as mazelas da sociedade

Pois cantando o meu chão
Legado dos ancestrais
Aos quatro pontos cardeais
Eu defendo o meu recanto
Pela pampa me levanto
Em uma luta incessante
Realidade constante
Que vai brotando rebeldia
Por ver tanta anarquia
Partindo dos governantes!

Tem tanta coisa passando
De qualquer jeito no más
Já me sinto quase incapaz
De dar um basta imponente
Pois com órgãos coniventes
Com a pobreza cultural
Município, estado ou federal
Numa gandaia de governo
Admitindo o atropelo
Da cultura regional

Se a mim chamam de bairrista
Por sustentar o que penso
Fica aqui meu consenso
De hereditária cultura
Se a minha simples figura
Lutando pela tradição
Abraçado ao violão
Num xucro e nobre ritual
Sou Latino e Universal
Por ser cantador do meu chão


Bruno Teixeira
Verão / 2010
Lua crescente

terça-feira, 8 de novembro de 2011

Mais uma obra da nossa literatura criola!!!!!!

POEMA CIRCULAR
(Apparício Silva Rillo)


Não,
não me procurem mais
no meu velho endereço lá no campo.
Eu estou me mudando,
eu estou de mudança
estou mudado.

Compreendam:
no meu velho endereço lá no campo
só me havia ficado o coração
-já menos moço para os frios de agosto,
-para os ventos parados do verão.
O resto:
braços, pernas,
mãos, tronco e cabeça -
há muito tempo pagava fretes
num caminhão de carga que os trazia
pela fita do asfalto,
de um a um.

Claro,
vim aos pedaços,
como resistindo.
E quanto resisti!

Partido,
repartido,
a metade de lá chamava a outra
que tinha se mudado para aqui.

Eu ia.
e no meu velho endereço lá no campo
estava a bombacha vazia
no espaldar da cadeira.
E como é triste a bombacha vazia de seu dono!
O chapéu sem cabeça, nos cabides,
um lenço colorado sem pescoço,
as botas paralíticas
junto ao penico de louças, sob a cama,
-o meu jeito de andar perdido delas.

Não,
não me procurem mais
no meu velho endereço lá no campo.
Eu estou me mandando,
eu estou de mudança,
estou mudado.

Trouxe nas malas anos de recuerdos:
as esporas do avô, um mango retovado,
uma franja de pala, um barbicacho,
um estribo sem loro, uma cambona,
uma panela com terra,
um boizinho de argila, que não berra
e um cavalo de ventos para andar.

Tudo isso nas malas!
Elas que são o avesso da gente,
porque são íntimas de nós,
e nos carregam.

Não,
não mandem mais
a meu velho endereço lá no campo:
livros de versos, discos e romances,
revistas e jornais.
Nem aviso de amigos que morreram,
nem notícias de netos que chegaram
como o menino Jesus, pelos Natais.

Tudo isso:
-vinho de alma, pão para a matéria -
tem un novo endereço de remessa:
uma casa de brisa e tijolos
numa cidade que eu amei depressa
pelas raízes campeiras, que ainda encontro
nas ruas de seus bairros e travessas.

Ah, quanto cantei
-de alma limpa e boa boca,
em salmos e protestos e orações -
o meu terrunho onde deixei plantado
o que tive de melhor no coração!

Um dia, os que virão
hão de saber que estanciei por lá,
nessa casa amparada por retratos
que vigilam na sombra como guardas
de uma herança que eu não sei quem herdará!

Na casa,
fiéis como esses gatos que não mudam
embora se mude o dono e vá-se embora,
estarão os meus livros e a vitrola
para falarem por mim - pelos meus versos,
para cantarem por mim - pelas cantigas...

E assim me hão de encontrar os que saudarem
nos portais do terrunho, ó "Ó de casa!"
Que no meu tempo escancarava portas
e abria corações para os andantes.

Não,
não me procurem mais
no meu velho endereço lá no campo.
Eu estou mudado,
eu estou de mudança,
já mudei!

terça-feira, 6 de setembro de 2011

Estradeiro

LUIZ MARENCO...

... O CANTOR!!!!

Tenho um marco musical em minha vida que foi a 5° Estância da Canção Gaúcha de São Gabriel.
Lá que eu vi o Marenco pela primeira vez, foi quando ele defendeu a música: "Funeral de Coxilha" que primeriou o festival, com letra do Sérgio Carvalho Pereira e melodia dele.
Aquilo me marcou tão profundamente, eu era muito guri, mas tinha algo no seu cantar, tinha VERDADE.
Na mesma edição também teve "Cansando Cavalo" dele com letra do Gujo Teixeira, outra baita obra, que ficou em terceiro.
Ano: 1997.


Considero o Noel Guarany o maior ícone da nossa música, por todo seu trabalho de precurssor, pelo seu talento, suas opiniões, enfim por ser o Noel.


Da mesma forma que como o Noel, Luiz Marenco pode ser considerado um divisor de águas na música gaúcha, ele é um grande responsável pela integração da juventude no meio gaúcho, existe muitas pessoas que vieram a conhecer a musicalidade de tantos outros buenos artistas da nossa música em função de escutarem o Marenco.

As vezes me topo em conversas com alguns conhecidos de idade paralela a minha, que quando falamos de como começamos a ouvir música gaúcha boa, falam que já conheciam, o fulano, beltrano...será?
Parece que as vezes querem se mostrar mais conhecedores ou mais gaúchões, ou até com vergonha de admitir que foi com o Marenco!!!


Já ouvia múscia gaúcha, obviamente, sempre foi o que tocou na minha casa, na casa dos meus avós, porém Marenco me fez prestar atenção, me fez parar para ouvi-lo!!!



Adimito com muita felicidade que o Marenco me abriu estas portas da música gaúcha boa, ele me apresentou o universo do Noel, do Jaime, dai fui encontrar o Cenair, com ele escutei o Pepe Guerra pela primeira vez, e dai me veio Zitarrosa, Chalar e Osíris, fui atrás e descobri Yupanqui, Cafrune e Larralde.

Sou fã deste cantador dos caminhos!!!


Um misto de TALENTO, RESPONSABILIDADE e VERDADE!!!!!!!!!!!!

LUIZ MARENCO É UM DOS GRANDES!!!!!!


Trago a documentário Estradeiro que mostra um poquito deste grande Canário






sábado, 3 de setembro de 2011

Noite Escura

"O breu grande da noite
Avança pela madrugada
Silhuetas disfarçadas
Espreitam pelas vielas
Dispersando suas mazelas
Numa vida desperdiçada
Por decisões mal tomadas
Ignorando a própria sorte
E a manhã vai chegando ao trote
Onde os habitantes noturnos
Traçam um destino Lobuno
Por irem brincando com a morte... "


SURPRESO & SATISFEITO!!!

Estas duas palavras sintetizam o que senti ao ler o Livro do Tio Tavyis (Rodrigo Tavares).
Noite Escura nos faz voltar no tempo das leituras estilo "pulp fiction", é intrigante, tem suspense, não é um livro cansativo, resumindo: é muito bom de ler.

A história se passa em uma cidade fictícia da fronteira do nosso Estado, porém retrata fidedignamente os dias de hoje, sem excessos, simplesmente abordando o cotidiano dessa nossa gente do interior.

O resto os amigos podem conferir lendo... rsrsrs

Recomendo por demais esta obra do meu amigo Tavares!!

Parabéns Tio Tavyis!!!!!!

quarta-feira, 10 de agosto de 2011

Sem falsa Demagogia

Sem falsa Demagogia

Atirando o poncho ao ombro
E agora buscando a volta
Assobiando chamo a escolta
Da guitarra companheira
Pra falar da Bandalheira
Que o contribuinte sustenta
O cidadão se lamenta
Porém num simples sussurro
Estivemos no mandato do BURRO
E agora no da JUMENTA

No pais das CPIs
É dificil a sobrevivência
A Deus eu peço paciência
Pra não estourar a tropa
Pois a cada dia brota
Mais galhos de resistência
Que tem amor a querência
E inteligencia de sobra
Pra destruir esta obra
De aumentar a pobreza
A fome e a fraqueza
Como massa de manobra!

Pra não perde o fio da meada
Vou fazer o meu protesto
É ano eleitoral vão consumir com resto
E tudo que que vem do campo
Nem que reze a todo santo
Cada vez ta mais barato
Pois são igual carrapato
Uma corja de parasitas
E pra bancar suas visitas
O produtor paga o pato!!!!

É um punhado de projetos
Com interesse eleitoreiro
Então eu grito primeiro
O que nos falta é estudo
E o Burro fica mudo
E se enreda nos arreios
E Jumenta num tempo feio
Sem peso na consciência
Tão fazendo continencia
Usando o chapéu alheio!!!!!!!!!!!

E me da uma revolta
Ao ver o povo calado
Escutando que um deputado
Usa o dinheiro da gente
Pra contratar seus parentes
Enquanto um senador
Debocha do meu suor
Que com honra e galhardia
A minha gente bravia
Com sol, com chuva e vento
Trabalha por seu sustento
E pra pagar o BOLSA FAMÍLIA

E do jeito que ensinaram
A tomar o caminho certo
Vejo um destino incerto
Mediante a corrupção
Pois um bando de ladrão
Disfarçados de gravata
A nossa gente maltrata
Por uma ganância tamanha
Onde um deles se assanha
Meio levado da breca
Esconder dólares na cueca
Dinheiro que o povo ganha

São larápios os que vos falo
Com seu colarinho branco
E o povo segue ao tranco
Sendo cruzado por cima
Mas o meu cantar afirma
Com toda exatidão
Que esta escória de ladrão
De socialista disfarçado
São como boi confinado
Engordando a mensalão

Bruno Teixeira e Jorge Teixeira

terça-feira, 2 de agosto de 2011

Cosas que Pasan

Pra mim o Larralde é um dos Grandes


Grandes estes, no que refiro a manifestação cultural que tem por objetivo falar e mostrar as coisas da nossa gente, o cotidiano do homem rural.


Porém não somente sendo um paisagista que desenha uma cena com seu canto, ou então um narrador contando sobre algum fato acontecido como uma tropeada ou uma doma.
Jose Larralde viaja pelos âmbitos sociais e comportamentais do homem rural, mostra suas angustias, seus pesares, suas vontades.


Mostra que o homem do campo não é nenhum alienado, perdido no seu ranchinho de barro e galopeando potros simplesmente.
Mostra que este mesmo homem que vive de seu serviço e consequentemente de sua destreza campeira, vai muito além disso pois se preocupa, reflete e tem opinião formada sobre as coisas que acontecem pelo seu mundo.
O nosso homem rural é politizado, óbvio que dentro das limitações de cada um, porém sabe muito sobre o seu tempo.


Para muitos seu canto é muito triste, ainda acho que mesmo triste em determinados momentos, é um canto realista e verdadeiro. 


Um cantor que sempre cantou opinando...


Bueno então deixo este tema recitado por ele. A letra completa vai abaixo do vídeo.


Espero que gostem, abrasss...







Cosas Que Pasan
Don Víctor Abel Jiménez




Nadie salió a despedirme 
cuando me fui de la estancia 
solamente el ovejero, un perro nomás, 
Cosas que pasan. 
El asunto, una zoncera, 
un simple cambio de palabras, 
y el olvido de un mocoso, 
del que puedo ser su tata. 
Y yo que no aguanto pulgas, 
a pesar de mi ignorancia, 
ya no mas pedí las cuentas, 
sin importarme de nada.


No hubiera pasado esto, 
si el padre no se marchara, 
pero los patrones mueren, 
y después los hijos mandan. 
Y hasta parece mentira, 
pero es cosa señalada, 
que de una sangre pareja, 
salga la cría cambiada.


Los treinta años al servicio, 
pal' mozo no fueron nada, 
se olvido mil cosas buenas, 
por una que salió mala. 
Yo me había aquerenciao, 
nunca conocí otra casa, 
que apegado a las costumbres, 
me hallaba en aquella estancia.
Sí hasta parece mentira, 
mocoso sin sombra e' barba 
que de guricito andaba, 
prendido de mis bombachas. 


Por él, le quité a unos teros 
dos pichoncitos, malaya! 
Y otra vez, nunca había bajao un nido, 
y por él gatié las ramas.
Cuando ya se hizo muchacho, 
yo le amansé el malacara, 
y se lo entregué de riendas, 
pa' que él solo lo enfrenara. 
Tenía un lazo trenzao, 
que gané en una domada, 
pal' santo se lo osequié, 
ya que siempre lo admiraba.


Y la única vez que El patrón, 
me pegó una levantada, 
fue por cargarme las culpas, 
que a él le hubieran sido caras. 
Zonceras, cosas del campo, 
la tranquera mal cerrada, 
y el terneraje e' plantel, 
que se sale de las casas. 
Y eso, pal' finao patrón, 
Era cosa delicada.
Y bueno, pa' que acordarme 
de una época pasada, 
me dije pa' mis adentros, 
todo eso no vale nada.


Sin mirarnos, arreglamos, 
metí en el cinto la plata, 
le estiré pa' despedirme mi mano, 
Pa' que apretara, 
y me la dejó tendida, 
cosa que yo no esperaba. 
Porque ese mozo no sabe, 
si un día ha de hacerle falta...
Tranqueando me fui hasta el catre, 
alcé un atado que dejara, 
y me rumbié pal' palenque, 
echándome atrás el ala.

Ensillé, gané el camino, 
pegué la ultima mirada 
al monte, al galpón, los bretes, 
el molino, las aguadas,
De arriba abrí la tranquera, 
eche el pañuelo a la espalda, 
por costumbre, prendí un negro, 
talonié mi moro Pampa, 
y ya me largué al galope, 
chiflando como si nada.


Nadie salió a despedirme 
Cuando me fui de la estancia, 
Solamente el ovejero, un perro nomás, 
Cosas que pasan.

segunda-feira, 1 de agosto de 2011

CHAMAMECERO

Bueno!!!

Ligeirito trago este vídeo pra os amigos, depois de um fim de semana maravilhoso e pelo horário já na segunda-feira dia de São Pega!!!

Coisa vista que MÚSICA existe dois tipos:
BOA & RUIM

O resto é bobagem inventada pra vender livro!!!!!!!!
Um bom início de semana a todos!!! 

Chamamero
Letra e música: Mauro Moraes
Violão: Lucio Yanel
Voz: Bebeto Alves
Contrabaixo: Clóvis "Boca" Freire
 

quinta-feira, 28 de julho de 2011

Mano Lima, um Filósofo Campeiro!!!

Che meus amigos, é impressionante como as notícias correm ligeiro pela internet, e principalmente pra gente que participa do Twitter, tudo que acontecendo com um amigo, ou com outro, fica rolando por ali, e a gente acaba estando sempre em contato e fica atualizado né...


Bueno, hoje pelo Twitter tive mais uma grande surpresa e claro de bueníssimo bom gosto, atitude e competência. Tava chegando nas casa e enquanto esperava a Fran fechar a clínica liguei o pc pra dar uma conferida nos assunto e bem na hora o amigo @fcoveiga (Francisco Veiga) tava postando lá nos twetssss, estes vídeos que trago pra vocês agora.

Brilhante idéia tiverem este buenos gaúchos da TV RONDA GAÚCHA !!!

Este homem é um esteio da nossa cultura, do nosso folclore!!!!

Absorvam a essência de uma homem preocupado com o que é nosso, que somente fala coisas com conteúdo e com fundamento, e principalmente um homem de BEM. 

MANO LIMA...




  

Um abraço bem cinchado!!! 

segunda-feira, 25 de julho de 2011

Un Peon, Segundo Molina

Já deve ter dado pra perceber que me agrado por demais da poesia criola, a nossa literatura gaúcha e por supuesto gaucha, é de uma magnitude impressionante.
Ao decorrer dos tempos vemos autores, poetas que conseguem transmitir tamanhos sentimentos com as palavras falando em nosso puro linguajar.
As coisas mais simples pra nós se tornam tão caras...


Então pra apreciação dos amigos que por aqui cruzam, deixo mais um tema pra que seja apreciado.




Un Peon, Segundo Molina

V. A. Gimenez - A. Merlo

Llegó a la estancia de paso
pa'l tiempo de las esquilas
y alargó su permanencia
por causa de que llovía,

En la esquina de un galpón
l' hizo tabique una estiba,
tendió el catre y de un alambre
colgó sus escasas pilchas,
y al no encerrar la majada
y andar de gusto esos días
pa' no pasarla aburrido
ayudó... en lo que podía,
que juntar marlos pa' l fuego,
arreglar unas bebidas,
cortar lonjas, sacar tientos,
desgranar pa' las gallinas...

Y cuando compuso el tiempo
y terminó con la esquila
se quebró un peón,
pa' reemplazarlo unos días,

Despúes en la mesma estancia
otras changas que salían...
del galpón, pasó a las piezas
que pa' los peones había.

Y como el tiempo se escapa
y se amontonan los días
ya van como veinte años
que aquel Segundo Molina
es un hombre para un patrón
ya no es más peón golondrina.

Pero, el asunto ha cambiao
en estos últimos días
ya que a llegaó a la estancia
un juez, con un polecía
pa' anoticiarlo al patrón
de un parte que le traían:
que en su campo trabajaba
un tal... Segundo Molina
pa' la patria... desertor
cuando llamó la Marina,

Al enterarse el patrón
V. yendose... todavía -
V. pensando una confusión
dentró a escuchar que decían,
y la verdad era cierto,
aunque ni el peón lo sabía...

¡ había pasao mucho tiempo
del sorteo y la milicia !.
Pero el juez insistió
completando su teoría:
¡ Por no servir a la patria
es un desertor... Molina !.

Esas palabras cayeron

pa' l patrón, como agua fría
y levantando la voz
dentró a sangrar por la herida...

¿ Como... que no ha servido a la patria
mi pión... Segundo Molina... ?
¡ Podrá o no ser desertor
d' eso no ando con porfías...
pero que sirvió a la patria
doy fé y me juego la vida...
Porque hace más de veinte años
sin aflojarle ni un día
con en el arao, de a caballo,
sin conocer la fatiga,
lidiando con toros bravos,
haciendo crecer la estiba,
recorriendo los potreros
pa' l tiempo de las paridas...
¿ O solo sirve a la patria
aquel que va a la milicia... ?


Vaya nomás que enseguida

me cambio y salgo pa' l pueblo
a ver la papelería y buscar un abogao´
que lo defienda a Molina...

El peón, que estaba escuchando

sin decir, la boca es mía
salió al tranquito y pensando
en las cosas de la vida,
el que siempre iba alegando
que a llorar no aprendería...
con la cabeza agachada se metió pa' la cocina...

Y le mojaron sus ojos el puño de la camisa...
Mientras seguía escuchando
lo que' l patrón... repetía:
¡ Con qué... no ha servido a la patria
mi peón... Segundo Molina ! ...

terça-feira, 19 de julho de 2011

Nós mesmos...

Aqui bem mais ao sul existe uma raça de homens que são do lombo do cavalo!!!
Uma gente de fibra e de honra...
...onde a educação, o respeito ao que é nosso é o que norteiam nossa vida.
Aqui os mais novos respeitam e aprendem com os mais maduros.
Aqui somos simples sem sermos simplórios...

Aqui um filho tem em seus ideais principamente orgular seus Pais...

Não somos mais nem menos que ninguém, simplesmente SOMOS QUEM SOMOS PELO SIMPLES FATO DE SERMOS ASSIM...

Pra quem não conhece, a eles se dá o nome de GAÚCHOS!!!!!




 Não é novidade que o nosso povo tem um afinidade grandíssima com cavalos.
Para o homem sulino o cavalo é o melhor amigo bem junto com os cachorros...

A formação da nossa gente tem laços estreitos com estes animais, o gaúcho não seria o gaúcho sem o cavalo, esta criatura bárbara e linda que aprendemos a amar desde muito cedo em função de nosso cotidiano na maioria das vezes  vinculado ao meio rural.

Mesmo aqueles que são citadinos, tem um sentimento xucro dentro de si, carregam por menor que seja um sentimento terrunho que  ao verem um pingo acabam se identificando com o que é nosso, com  o nosso jeito...

 Para elucidar ainda mais esta amizade que transpõe as ERAS, trago este poema do Guilherme que é uma obra de arte da nossa literatura criola:

ROMANCE DO PICAÇO ESTRELA
(Guilherme Collares)


- Que Deus maldiga a memória
do índio Pampa bandido
que matou o meu cavalo!...
... Rumina Sargento Antonio
- cavalaria gaúcha -
engatilhando a garrucha
de uma vida que se esvai...

- Que Deus maldiga a memória
do índio Pampa bandido
que matou o meu picaço!...
... e matou a própria fome
co’a carne do meu pingaço
nos chacos do Paraguai.

Até recordo do dia,
no acampamento em Corrientes
- e já faz quase três anos -
que chegou a cavalhada
do tal de Venâncio Flores
- o caudilho do Uruguai:

Nem encerraro a manada
e eu já tinha cobiçado
aquele picaço estrela...
... Com brilhos de ponteçuela
fulgurando no olhar.

Eu lacei no mangueirão!...
Eu mesmo sentei as garra!...
Ele queria uma farra
e eu agüentei o repuxo!...
Pois todo potro velhaco
dá um cavalo de respeito
pros arreio de um gaúcho!
 

- E agora?... Sem meu cavalo?!...
O que é que vai ser de mim?
Des’que acampamo por perto
da tropa dos argentino,
co’aqueles índio bandido
- e já vai pra mais de mês -
que eu passo as noite de em claro
co’a soga do meu picaço
na mão – que é pra não dar vez!

- E na noite de anteontem
eu me dormi e, pra sorte,
a soga se me escapou
e a mi’a desgraça se fez!

Campeei e, no outro dia,
já achei o estrago feito:
A buchada... As pata... Os resto
- faltava até a cabeça! -
do meu picaço mentado... 

... Que foi sangrado e carneado,
e foi assado e comido
como se fosse uma rês!

- La pucha!... Que banditismo,
malvadeza e judiaria
que um encontra pela frente!
- Comer carne de cavalo,
não mal comparando, é o mesmo
que comer carne de gente!

E quanta andança fizemo!...
E quanta lança trançamo!...
A nossa carga era um dano
na infantaria inimiga!
E o General – há quem diga –
comparando a nossa sorte:
- Que o meu picaço era um forte
e eu – um anjo da morte –
lanceando vida por vida!



Dei queixa pra’o General
do sumiço do cavalo...
Nada podiam fazer!...
E des’que entremo no Chaco
e morreu a cavalhada!...
- Um gaúcho sem cavalo
é mais uma sepultura
plantada longe do pago
que viu a gente nascer!

- E agora?... Sem meu cavalo?!...
O que é que vai ser de mim?

Um tiro corta o espaço...
... Assombrando a noite grande
do acampamento aliado
nos ermos do Paraguai...

E encontram Sargento Antonio
- cavalaria gaúcha -
com a cabeça caída
e um fio de sangue a jorrar...
Nos olhos o mesmo vítreo
cristalino e luminoso
daquele picaço estrela
... Com brilhos de ponteçuela
fulgurando no olhar.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

Herança

Trago para os amigos este tema que para mim é sem sombra de dúvida uma obra-prima  da nossa poesia gaúcha.

Herança

Apparicio Silva Rillo


Naqueles tempos, sim,
naqueles tempos...

As casas já nasciam velhas.
Eram uma casas cálidas, solenes
sob as telhas portuguesas, maternais.
Em pálidos azuis eram pintadas
e em brancos, em ocres e amarelos.
Algumas nem mesmo tinham reboco. Na
carne dos tijolos mostravam-se nuas,
abertas em janelas que espiavam
da sombra verde para o sol das ruas.

Naqueles tempos, sim,
naqueles tempos...
Tinham balcões e sacadas essas casas
e úmidos porões e sótãos com fantasmas.
E tinham jasmineiros sobre os muros
e acolhedoras latrinas de madeira
disfarçadas entre as plantas dos quintais.
E laranjeiras e galos e cachorros
um barril barrigudo cheio d'água
e uma concha de lata para a sede.
Nas varandas que eram frescas e abertas
a moleza da sesta numa rede...

Naqueles tempos, sim,
naqueles tempos...
As portas eram altas
e alto o pé-direito das salas dessas casas.
Mas eram simples as pessoas que as casas abrigavam.
Os homens chamavam-se Bento, Honorato, Deoclécio,
as mulheres eram Carlinda, Emerenciana, Vicentina.
Os homens usavam barbas e picavam fumo em rama,
as mulheres faziam filhos, bordados e rosquinhas.
Os homens iam ao clube, as mulheres À missa,
e homens e mulheres aos velórios.
Morriam discretamente e ficavam nos retratos.

Naqueles tempos, sim,
naqueles tempos...
  A igreja tinha santos nos altares
e havia mulheres rezando ao pé do santos.
O padre usava uma batina cheia de manchas e botões,
batizava crianças, encomendava os mortos,
rezava a missa em latim: "Agnus Dei"...
e comia cordeiro gordo na mesa do intendente.
Os homens ajudavam nas obras da igreja,
mas acreditavam mais nas armas que nos santos.

Naqueles tempos, sim,
naqueles tempos...
Os chefes eram chamados "coronéis".
Ganhavam seus galões debaixo da fumaça
em peleias a pata de cavalo,
garruchas de um tiro só e espadas de bom aço.
As mulheres plantavam flores e temperos
pois tinham mesma valia o espírito e o corpo.
Sabiam receitas de panelas fartas,
faziam velas de sebo e tachadas de doce
e de graxas e cinzas inventavam sabão.

Naqueles tempos, sim,
naqueles tempos...
os bois mandavam nos homens,
e por isso a vida era mansa na cidadezinha
arrodeada de ventos, chácaras e estâncias.
Os touros cumpriam devotamente o seu papel
e as vacas, pacientes,
pariam terneiros... e terneiros... e terneiros...
O campo engordava os bois,
as tropas de abril engordavam os homens
e os homens engordavam as mulheres.

Por isso a cidade chegou até aqui.
Por isso estamos aqui
- netos e bisnetos desses homens,
dessas mulheres, netas e bisnetas.

Por isso um berro de boi nos toca tanto
e tão profundamente.
Por isso somos guardiões de casas velhas,
almas de sesmarias e de estâncias,
paredes que suportam seus retratos.

O músculo do boi na força que nos leva.
A barba dos avós como um selo no queixo.
O doce das avós na memória da boca
e nela este responso:

- Naqueles tempos, sim, naqueles tempos...

sábado, 9 de julho de 2011

Relato lindo da infância de meu Pai...

O TEMPO VOA TAL QUAL A VELOCIDADE DA LUZ!!!!!


Até parece que foi ontem
Um boieiro montando um cavalo piqueteiro
muito antes do dia clarear
juntando os bois de canga 
Em madrugada fria de geada
Alcançava seu objetivo
porque sabia o pouso dos bois
Pois ainda era noite 
E de pés descalços adormecidos
Pelo frio do gelo do inverno
De quando em vez apeiava
Onde um boi levantava
buscando um pouco de calor
Na esperaança de voltar a sentir seus pés
Mas não podia se atrasar
Por que ao sair do sol toda a boiada
Tinha que estar na canga
E em cada coice de um arado 12
Um taura fazia história
Que hoje a maioria nem sabe 
Do que estou falando!!!!!!


  05/07/2011
Jorge Teixeira

É verdade...

"Nada como um dia após o outro...
ontem tanta tristeza e tanto sofrimento!!!!!
ontem nos faltava chão sob nossos pés!!!!
ontem revolta e indignação!!!
ontem até nossa fé foi abalada!!!
hoje tanta alegria e esperança.
hoje tanto orgulho do que plantamos!!!
hoje a fé revigorada na certeza de Deus!!!
Hoje um dia lindo e ensolarado.
Com certeza!!!!!
Nada como um dia após o outro!!!!"
Jorge Teixeira
 
 
É Verdade Pai!!!!!
Classifiquei-me em 1° lugar na seleção do Mestrado do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia da Universidade Federal de Pelotas. Área de concentração: Melhoramento Animal. 
 Que bom que consegui dar mais este orgulho pros meus Pais e pra minha Fran, e principalmente consegui dar este orgulho pra MIM, que tenho a certeza do que QUERO!!!!!
Mil gracias a vocês que estão sempre torcendo por mim!!!!!

quarta-feira, 6 de julho de 2011

SAUDADE...

A primeira coisa que me pergunto é: __Por Quê?

Não sei responder e ninguém saberá.
O Pai Velho quis assim...

Uma nova estrela brilhará hoje no céu do Rio Grande...
... Padre y hijo se van unidos!!!!!!

To em estado de choque, minha real situação de agora é INCONFORMADO...
... por não poder fazer nada
... por me sentir impotente
... por não estar lá

Inconformado por perder um amigo de VERDADE!!!

A gente se questiona: 
Como há tanta gente no mundo que não merecia nem viver?
Como que alguém com tanto a realizar, com sonhos, com VONTADE DE VIVER, pode assim ser parado?
Por que meu Deus, por que?


Somos tão cheios de pretensão, dentro de nossos mundos utopicamente inabaláveis. Cremos que as coisas ruins de nós se afastam e que o que de mal acontece ao próximo nunca vai bater a nossa porta!!




Devemos ser bons e cuidar dos nossos sempre!!! Não estou arrependido de não não ter estado contigo em certas horas, pois sempre que estive ao teu lado aproveitei ao máximo a tua LUZ.


Julio véio...
Hoje Eu perdi um AMIGO!!!!!!

Quis o Pai Velho que assim fosse...


... mas porque?


Tem uma dor dentro de mim que se chama: TRISTEZA, porém sei que um dia ela vai virar SAUDADE!!!!!!


A gente sempre quer a PRESENÇA.


Perder um amigo é algo que nos torna ambíguos em uma questão: QUERER...

1. Por um lado não queriamos perde-lo.
2. Por outro queremos acreditar que por Bueno é que Deus o chamou...

Mas que raio de vontade divina é esta que nos priva de quem nós gostamos?

Não sei e não quero brigar com o Divino, mas é que... 
... dói!!!


Hoje eu perdi um Amigo de VERDADE!!!!!


Se o Pai Velho quis assim, deve ter um plano muito maior para ti, pois uma alma iluminada como a tua só agrega o BEM!!!!!

Termino estas linhas com os olhos enxaguados, o teclado molhado, uma botella de whisky pelo meio e o coração sangrando!!!!!




Hoje Eu perdi um Amigo de VERDADE...

...o que vai me restar?

Uma Bonita Saudade!!!!!
 

sábado, 2 de julho de 2011

La Chacarera...

Vamo lá então...

Dando continuidade ao brilhante projeto Chacarereando de Fabiano Bacchieri!!!

"Que venga la resta..."

Projeto Chacarereando - Añoranzas - Chacarera Doble

 

Projeto Chacarereando - Chacay Manta

 

Projeto Chacarereando - Potro sem Dono - Aire de chacarera

 

quinta-feira, 30 de junho de 2011

"La Chacarera"

Che que bárbaro!

Acompanhado pelo twitter as postagens do grande cantor, compositor e amigo Fabiano Bachieri, me deparei com o projeto Chacarereando!

De muito bom gosto, os videos a seguir são auto explicativos!!!!!!!!


Projeto Chacarereando - Chacarera Simples - Chacarera de Las Piedras



Projeto Chacarereando - Chacarera de un Triste - Simples




Projeto Chacarereando - La Vieja - Chacarera simples - trunca



Projeto Chacarereando - Déjame que me vaya - Chacarera Doble trunca




Parabéns Fabiano, por mais esta iniciativa, sempre demonstrando um fundamento bárbaro naquilo que faz relativo a nossa cultura!!!
Mil Gracias!!!!!!!!!!